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Publicado em 23/10/2015 as 12:00am

Médico pedófilo usava caneta-espiã em abusos de crianças

A equipe notou que o pediatra especializado em câncer fazia vários atendimentos fora de hora e a domicílio

Um médico pedófilo foi capaz de abusar de jovens com câncer na Grã-Bretanha sem que sinais de seus crimes fossem detectados por autoridades, apontou uma investigação.

Myles Bradbury, de 42 anos, foi condenado a 16 anos de prisão após admitir ter molestado 18 vítimas no hospital Addenbrooke's, em Cambridge, onde trabalhou por cinco anos.

Ele usava uma "caneta espiã" para fotografar secretamente pacientes seminus e realizava "exames íntimos e criminosos", segundo o relatório.

A equipe notou que o pediatra especializado em câncer fazia vários atendimentos fora de hora e a domicílio, mas pensou que fazia isso para ajudá-los. O hospital estipulava que estes exames deveriam ser acompanhados, mas esta regra era geralmente ignorada.

Uma médica confrontou Bradbury ao perceber que ele fazia uma visita desacompanhado, mas ele disse que cumpria um pedido do paciente.

Ele disse a familiares que era "essencial para ele ver as crianças sozinho" e que eles deveriam confiar em médicos, segundo a investigação.

Bradbury foi preso em dezembro de 2013 e admitiu 25 crimes entre 2009 e 2013, incluindo assédio sexual e posse de mais de 16 mil imagens indecentes. Mas o relatório apontou que houve vários indícios de crimes anteriores a esse período.

 

O médico telefonava de seu número

pessoal para marcar consultas. Ele atendia algumas crianças mais que o necessário, não registrava vários encontros, segundo o relatório da Verita, consultoria especializada em investigações no setor público, encomendado pelo Addenbrooke's.

 

O documento também revelou que:

Uma enfermeira disse acreditar que Bradbury "se flexionava para frente e para trás" ao se preparar para ver pacientes fora do horário

Ele viajou com a mãe de um de seus pacientes. Quando um consultor o confrontou, ele concordou que não poderia mais ser médico do garoto

Bradbury usou exames de puberdade excessivos como desculpa para assediar pacientes, muitas vezes em frente aos pais

Uma mãe viu o médico colocar suas mãos dentro da roupa da filha para apalpar seus seios sem alertá-la, mas não questionou o profissionalismo dele.

A fundação que mantém o hospital foi elogiada por agir após uma reclamação ter sido feita em novembro de 2013. Uma mulher disse que o médico pediu ao seu neto de 13 anos, que estava em remissão de leucemia, que ficasse nu e tocasse seus próprios órgãos genitais.

Ela telefonou ao setor de pediatria e fez a reclamação ao recepcionista. Bradbury foi, então, suspenso e só voltou ao hospital para entrevistas formais.

O hospital acionou a polícia local, que duas semanas antes havia sido alertada para uma investigação da polícia canadense sobre uma compra feita por Bradbury de um vídeo online de crianças nuas.

Os autores da investigação, Lucy Scott-Moncrieff e Barry Morris, entrevistaram Bradbury na prisão. Ele disse a eles que "sabia que o que fazia era errado" e que se "arrependia muito".

Bradbury disse que "não queria se desculpar por suas ações" e que falaria para reduzir o risco de outras crianças serem assediadas no futuro.

 

Fonte: terra.com.br

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