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Publicado em 21/03/2016 as 10:10pm

EUA e Cuba iniciarão diálogo sobre direitos humanos, diz Obama

O presidente americano admitiu que as diferenças entre os dois governos sobre direitos humanos e democracia são um impedimento para melhores relações com Cuba

Ao lado do presidente cubano, Raúl Castro, o presidente dos EUA, Barack Obama disse na tarde desta segunda-feira (21) que ambos concordaram em manter um diálogo sobre a questão de direitos humanos em Cuba. Em entrevista coletiva para os jornalistas após encontro, Obama não chegou a mencionar em sua fala sobre as demandas cubanas sobre a devolução do território de Guantánamo, mas apoiou o fim do embargo e se comprometeu a ajudar a ilha a se desenvolver.

Obama elogiou Castro pelo diálogo construtivo, e disse que o destino de Cuba não será decidido por nenhum agente estrangeiro. "Cuba é soberana", afirmou. O presidente americano comprometeu-se com os esforços para ajudar a conectar mais cubanos à internet e ao sistema econômico global. "Não é contra a lei ajudar Cuba a construir sua infraestrutura para internet", disse Obama.

O presidente americano admitiu que as diferenças entre os dois governos sobre direitos humanos e democracia são um impedimento para melhores relações com Cuba, mas garantiu que "nosso objetivo não é dizer como Cuba deve fazer as coisas".

Ele disse ainda que está buscando novas oportunidades comerciais que melhorem as relações entre Cuba e os EUA, e lembrou que o fim do embargo não depende dele, mas do Congresso americano --e disse acreditar que não haverá mudanças neste sentido até o fim de seu mandato, em janeiro de 2017. "Para ser honesto, a lista de modificações administrativas para serem modificadas está ficando cada vez mais curta".

Obama se comprometeu a dar maior acesso dos cubanos ao dólar e em criar mais oportunidades para parcerias comerciais. O presidente mencionou parcerias para intercâmbio estudantis e disse que médicos americanos e cubanos trabalharão juntos em novas áreas, como a zika e as vacinas contra o câncer, e o crescente trânsito de americanos e cubanos entre os dois países. "Não será mais preciso nadar entre os tubarões para chegar a Cuba".

Sérias diferenças

Em diferentes momentos, Obama fez questão de ressaltar que os EUA não veem Cuba como uma ameaça. Segundo ele, Cuba e EUA são parceiros comerciais naturais. "Parte da normalização significa discutir nossas diferenças diretamente", afirmou Obama a um dos jornalistas presentes no evento.

"Após cinco décadas de relação difícil, Cuba e Estados Unidos temos ainda sérias diferenças, como acontece com o tema dos direitos humanos e a democracia, assuntos sobre os quais tivemos conversas muito francas e sinceras", disse Obama, afirmando que os dois países têm meio século de trabalhos conjuntos para colocar em dia.

"O que fizemos em 50 anos não serviu nem para nossos interesses, nem aos cubanos. Seguimos fazendo algo que repetidamente não funcionou, por isso faz sentido tentar algo novo", afirmou Obama.

O presidente admitiu "carências" no exercício dos direitos humanos em seu país, apontadas por Raúl Castro em seu pronunciamento. "Acreditamos que, quando compartilhamos nossas mais profundas crenças e ideias a respeito, sobre a base do respeito mútuo, os dois países podemos aprender e melhorar a vida de nossos povos", ressaltou Obama.

O norte-americano agradeceu pelo carinho do povo cubano, elogiou a gastronomia local e ainda destacou o "paciente trabalho de mediação" do papa Francisco, que contribuiu de modo "decisivo" para reaproximar Washington e Havana. Obama também reconheceu os progressos de Cuba como nação, principalmente nas áreas de saúde e educação, e lembrou que o futuro do país será definido pelo seu povo.

O governo dos EUA já havia feito mudanças regulatórias para facilitar o comércio e as viagens entre os dois países. Durante esta visita, Obama e Castro assinaram acordos na área ambiental, naval e agrária.

Os dois países reataram as relações diplomáticas em julho do ano passado. Apesar da reaproximação, o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria ainda está em vigor e, com a resistência dos congressistas republicanos, dificilmente será removido.

 

Fonte: uol.com.br

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