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Publicado em 1/06/2017 as 8:00am

Trump dá seu telefone para chefes de Estado e gera temores de segurança

Presidente ignora linha segura e mais uma vez rompe protocolo diplomático

O presidente americano, Donald Trump, está dando seu número de celular aos líderes de outros países para que possam conversar diretamente — num convite, no mínimo, incomum. A atitude de Trump quebra o protocolo diplomático e está alimentando preocupações sobre segurança e confidencialidade. O conceito de que líderes mundiais entrem em contato via celular pode parecer sem importância no mundo moderno. Porém, na arena diplomática, onde as chamadas feitas pelos chefes de governo são assuntos altamente instrumentados, trata-se de outra ruptura de protocolo por parte de um presidente que expressa desconfiança sobre os canais oficiais.
Trump pediu aos governantes do Canadá e do México que entrem em contato com ele através de seu telefone pessoal, segundo funcionários e ex-funcionários americanos. Dos dois, só o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, aproveitou a oferta até o momento. O líder americano também trocou números com o presidente francês, Emmanuel Macron, quando eles conversaram depois da vitória do centrista na França no início de maio, mas não se sabe se Macron tem intenções de utilizar a linha, de acordo com um funcionário francês.

As formalidades e disciplinas da diplomacia são difíceis para Trump, que, antes de chegar ao cargo, era contatado muito mais facilmente pelo telefone quando era um empresário despreocupado e impulsivo. Os presidentes geralmente fazem chamadas em uma linha segura, como as da Sala de Crise da Casa Branca, do Salão Oval ou da limusine presidencial. Mesmo se Trump usa um celular fornecido pelo governo, as ligações são vulneráveis, principalmente se realizadas por outros Estados, dizem os especialistas de segurança nacional.

— Se você está usando uma linha aberta, significa que quem tem capacidade de vigiar essas conversas, está vigiando — disse Derek Chollet, um ex-assessor do Pentágono e funcionário do Conselho de Segurança Nacional. — Um presidente não leva com ele um telefone seguro. Se alguém está tentando te espionar, então você deve assumir que tudo o que diga está sendo escutado por outro.

A advertência continua mesmo nas relações com aliados. A chanceler alemã, Angela Merkel, soube disso em 2013, quando os documentos vazados por Edward Snowden revelaram que os Estados Unidos escutava suas conversas pelo celular. Ou seja, as relações amistosas não excluem espionagem.

— Seja Macron ou o líder de qualquer outro país e obtém o número de celular do presidente dos Estados Unidos, é razoável supor que o entregará imediatamente ao seu serviço de inteligência — afirmou Ashley Deeks, ex-assessora do Departamento de Estado americano.

Trump poderia ser acusado de hipocrisia. Durante a campanha presidencial no ano passado, o presidente atacou implacavelmente sua rival Hillary Clinton por usar um servidor privado de e-mail quando era secretária de Estado, e declarava que a democrata não devia ter acesso à informação secreta porque a deixaria ao alcance de inimigo estrangeiros.

Fonte: https://oglobo.globo.com

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