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Publicado em 22/06/2017 as 4:00pm

Hungria julga acusados pela morte de 71 imigrantes em caminhão frigorífico

Caminhão foi encontrado na Áustria em agosto de 2015. Vítimas morreram asfixiadas no compartimento hermeticamente fechado do veículo.

Hungria julga acusados pela morte de 71 imigrantes em caminhão frigorífico Caminhão no qual dezenas de imigrantes foram encontrados mortos na Áustria. Foto Dieter Nagl AFP.

Vinte e dois meses depois da terrível morte de 71 imigrantes em um caminhão frigorífico encontrado na Áustria em agosto de 2015, a Hungria iniciou nesta quarta-feira (21) o grande julgamento dos traficantes considerados responsáveis pela tragédia.

Na tragédia morreram 59 homens, oito mulheres e quatro crianças, incluindo um bebê, procedentes da Síria, Iraque e Afeganistão. As vítimas não receberam ajuda dos traficantes e morreram asfixiadas no compartimento hermeticamente fechado do veículo.

O crime provocou uma forte comoção na Europa e reforçou o apoio à abertura momentânea das fronteiras às centenas de milhares de migrantes que desejavam seguir para o oeste do continente.

Cercados por agentes das forças especiais húngaras, 10 dos 11 acusados de origem búlgara, libanesa e afegã, todos em prisão preventiva há vários meses, sentaram no banco dos réus de um tribunal de Kecskemét, a cidade do sul da Hungria onde o caminhão foi alugado.

Todos foram acusados de "tortura" e alguns por homicídio.

O julgamento tem como base um relatório de 59 mil páginas e deve durar vários meses. O tribunal espera anunciar o veredicto ainda em 2017.

Pessoas se reúnem em frente da corte em Kecskemét, na Hungria, onde ocorre o julgamento dos acusados pela morte de 71 imigrantes. Foto Attila Kisbenedek AFP.

A Promotoria anunciou que solicitará para quatro acusados penas de prisão perpétua sem possibilidade de redução da pena por "homicídio com agravantes de especial crueldade".

Para os outros sete acusados, a Promotoria quer penas de até 20 anos de prisão. Um réu, búlgaro, é julgado à revelia.

Em 27 de agosto de 2015, a polícia austríaca encontrou um caminhão frigorífico abandonado em uma estrada de Parndorf, perto da fronteira com a Hungria, com as vítimas a bordo.

Amontoados em 14 metros quadrados, com menos de 30 metros cúbicos de ar para respirar, os 71 migrantes, que haviam embarcado na véspera perto da fronteira com a Sérvia, morreram quando o veículo ainda estava em território húngaro, segundo os legistas.

Escutas telefônicas estabeleceram que os traficantes sabiam, pelos gritos, que as pessoas estavam sofrendo de asfixia. "Deixem morrer. É uma ordem", teria afirmado o líder do grupo, um afegão identificado como Samsoor L., que proibiu a abertura parcial do compartimento para permitir a passagem de ar.

"Se morrerem, joguem em um bosque na Alemanha", afirmou seu auxiliar, segundo um resumo da investigação publicado pela imprensa alemã.

Fonte: France Presse

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