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Publicado em 7/11/2017 as 4:00pm

Urgência e necessidade de ação marcam abertura da Conferência do Clima da ONU em Bonn

Encontro internacional COP 23 começou nesta segunda-feira (6) para tentar avançar detalhes do Acordo de Paris.

Urgência e necessidade de ação marcam abertura da Conferência do Clima da ONU em Bonn Homem trajado como guerreiro tradicional de Fiji posa diante de embarcação típica do país insular no primeiro dia da Conferência do Clima da ONU em Bonn (Foto Wolfgang Rattay Reuters)

A sensação de urgência e a necessidade de ação foram o fio condutor, nesta segunda-feira (6), da abertura da Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 23), na qual se busca articular o Acordo de Paris de 2015 para frear o aquecimento global com um esforço internacional coordenado. A conferência acontece em Bonn, na Alemanha.

A reunião, que vai até o dia 17 de novembro, tenta avançar a letra miúda do Acordo de Paris, especialmente no relativo às contribuições econômicas e ao cumprimento de objetivos de redução de emissões, assim como lutar contra a sombra do abandono do pacto por parte dos Estados Unidos, que deixa um vazio político e um buraco financeiro.

"Já não temos o luxo do tempo. Devemos atuar agora. Aqui é onde começamos", afirmou na sessão inaugural da cúpula a secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), a mexicana Patricia Espinosa.

Segundo Espinosa, é essencial que neste encontro sejam fixados "compromissos financeiros e de mitigação" dos efeitos do aquecimento global, e que seja adotado um "manual de instruções" para o Acordo de Paris.

Concretamente, segundo apontam especialistas e representantes nacionais, a reunião deve começar a esclarecer como devem ser apresentados os planos de redução de emissões de cada país para que sejam transparentes e comparáveis, e de que modo esses objetivos deverão ser revisados em alta. Espinosa acrescentou que Bonn deve ser "a plataforma de saída de um novo nível de ambição", já que as promessas de corte de emissões anunciadas até agora, inclusive se forem implementadas completamente, "não são suficientes" para limitar o aquecimento a dois graus centígrados frente aos níveis pré-industriais, como prevê o Acordo de Paris.

"Vamos em frente. Completemos nosso trabalho. Elevemos nossas ambições", concluiu Espinosa, que destacou que "nunca antes houve tal grau de urgência" e qualificou os últimos desastres naturais, como a série de furacões no Caribe, de "prévia do que está por vir".

Por sua parte, o presidente da COP 23, o primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, falou em "fazer todo o possível para fazer avançar" o Acordo de Paris e "elevar a ambição" com o objetivo de frear o aquecimento global.

"Se não estivermos à altura do desafio, fracassaremos", advertiu o primeiro-ministro de Fiji, uma nação-ilha no Pacífico Sul ameaçada pelo aumento do nível do mar que, por motivos logísticos, fez parceria com a Alemanha para a organização do encontro.

Ponto de não retorno

A ministra de Meio Ambiente alemã e anfitriã da cúpula, Barbara Hendricks, alertou sobre o "ponto sem retorno" do qual a humanidade se aproxima se não prestar atenção nos limites fixados em Paris.

Além disso, Bainimarama ressaltou que "a única forma de pôr seu país em primeiro é unir-se nos esforços com as demais nações", em claro referência ao lema "EUA primeiro" do presidente americano, Donald Trump.

Já o comissário europeu para Ação Climática e Energia, o espanhol Miguel Arias Cañete, indicou em comunicado que "agora é o momento ideal para traduzir a ambição em ação e acelerar a implementação".

"A COP 23 será fundamental para assegurar que estejamos no caminho para alcançar nossa primeira meta: completar o programa de trabalho de Paris para 2018", acrescentou, em referência à próxima cúpula do clima, que será realizada em Katowice (Polônia) no final do próximo ano.

A expectativa é que dezenas de ministros e governantes como o presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, se somem à reunião de Bonn a partir da quarta-feira da próxima semana, quando começam as discussões políticas da cúpula.

Verba a mais

O governo alemão aproveitou o início da COP 23 para anunciar que destinará 100 milhões de euros a mais dos até agora comprometidos para ajudar os países em vias de desenvolvimento a lidar com as consequências da mudança climática.

A abertura da COP 23 foi precedida de várias manifestações e ações de protesto na antiga capital federal alemã e seus arredores, algumas com dezenas de milhares de participantes, entre as quais se destacou o bloqueio de uma mina ao ar livre para exigir o fim da utilização do carvão.

Fonte: Por Juan Palop, Agencia EFE

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