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Publicado em 2/12/2017 as 2:00pm

Análise confirma data da construção do ‘túmulo de Jesus Cristo’

Amostras colhidas na Igreja do Santo Sepulcro são datadas no século IV.

Segundo a tradição cristã, o corpo de Jesus Cristo foi colocado sobre um leito funerário em Jerusalém, onde hoje está a Igreja do Santo Sepulcro. Relatos históricos contam que após a edição do Édito de Tolerância pelo imperador Constantino — governante entre 306 e 337 —, uma comitiva romana viajou à Terra Santa e identificou o local sagrado, onde o templo foi construído. Agora, análise de amostras de argamassa colhidas do túmulo indicam que a superfície de calcário original e a laje de mármore que a recobre foram construídas por volta de 345 d.C, revela a “National Geographic”.

Arqueologicamente, é impossível dizer se o local serviu de túmulo para um judeu conhecido como Jesus de Nazaré, que, segundo o Novo Testamento, foi crucificado em Jerusalém no ano 30 ou 33. O corpo teria sido colocado sobre um leito funerário comum entre os judeus ricos da época, que consistia numa “prateleira” escavada na rocha calcária.

Os relatos históricos indicam que após conter uma revolta judaica, o imperador Adriano, que governou Roma entre 117 e 138, ordenou a construção de um templo dedicado à deusa Vênus, para ressignificar locais de adoração judaico-cristãs com divindades da mitologia greco-romana. Constantino, o primeiro imperador cristão, enviou à Jerusalém uma comitiva liderada por sua mãe, Helena, que redescobriu a tumba. O templo para Vênus foi destruído para a construção da Igreja do Santo Sepulcro.

As paredes de pedra foram removidas e uma edícula foi erguida ao redor do túmulo, sem danificá-lo, para deixá-lo completamente isolado e protegido. A construção teria sido iniciada entre 235 e 326, e consagrada em 335. Essas datas estão em linha com o resultado das análises de material colhido no interior da edícula, que foi aberta no fim do ano passado pela primeira vez em quase cinco séculos.

— Obviamente a data é perfeita para qualquer coisa que Constantino tenha feito — comentou o arqueólogo Martin Biddle, especialista no Santo Sepulcro. — Isso é muito notável.

As amostras foram analisadas de forma independente por dois laboratórios usando a técnica de luminescência óptica estimulada, que determina há quanto tempo os minerais analisados foram expostos à luz pela última vez. A pesquisa está sendo conduzida pela equipe da pesquisadora da Universidade de Atenas Antonia Moropoulou, responsável pelo projeto de restauração da igreja. Os resultados serão publicados na próxima edição da revista “Journal of Archaeological Science”.

Até então, a mais antiga evidência arquitetônica indicava que o complexo seria datado do período das Cruzadas, iniciado nos anos 1000.

Além das amostras da laje de mármore e da caverna de calcário, os pesquisadores coletaram material da parede sul da caverna, que foram datados nos anos 335 e 1570, que fornecem ainda mais evidências para a construção durante o governo de Constantino, assim como a última restauração documentada, realizada em 1555, quando os contornos atuais do monumento foram definidos e o túmulo foi selado, até ser reaberto ano passado.

Amostras colhidas na entrada da tumba foram datadas do século XI, dado consistente com a reconstrução da Igreja do Santo Sepulcro após ela ser destruída em 1009 por muçulmanos, um dos fatos que originaram as Cruzadas.

Fonte: O Globo

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