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Publicado em 5/12/2017 as 3:00pm

Quem é quem no caso das mentiras de Michael Flynn, ex-assessor de Trump

Ex-assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump, Michael Flynn confessou ter mentido ao FBI sobre seus contatos com membros do governo da Rússia.

Quem é quem no caso das mentiras de Michael Flynn, ex-assessor de Trump Michael Flynn durante pronunciamento na Casa Branca, em fevereiro (Foto Reuters - Carlos Barria - File Photo).

Um novo capítulo no escândalo envolvendo as relações entre o atual governo dos Estados Unidos e a Rússia se desdobra desde a última sexta-feira (1º), quando o ex-assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump confessou que mentiu para o FBI.

Michael Flynn também aceitou colaborar com a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre as supostas ligações entre a campanha do presidente Donald Trump e o governo russo. Com isso, ele se torna o primeiro ex-membro do alto escalão do republicano a cooperar com as investigações.

Segundo documentos divulgados pelo tribunal que cuida do caso em Washington, Flynn, que trabalhou com o presidente dos EUA em sua campanha presidencial e como membro do governo por apenas 24 dias, é indiciado por ter feito afirmações falsas “propositalmente” ao órgão federal no último dia 24 de janeiro. Na ocasião, Flynn afirmou ao FBI que não havia conversado sobre sanções com o embaixador russo dos EUA à época, Sergei Kislyak.

De acordo com o "New York Times", Flynn não só debateu as sanções impostas pelo governo Obama como também falou sobre uma votação referente a Israel junto ao Conselho de Segurança da ONU - onde a Rússia tem assento permamente e poder de veto.

Flynn foi o conselheiro de segurança que ficou menos tempo no cargo na história dos EUA. As suspeitas sobre os contatos entre a equipe de Trump e a Rússia durante a campanha e imediatamente depois de sua vitória eleitoral provocaram verdadeiros terremotos políticos no novo governo.

Confira abaixo quem são os príncipais personagens desse novo capítulo da investigação:

Michael Flynn

Protagonista desta etapa do escândalo, o ex-conselheiro nacional de segurança se declarou culpado de mentir para o FBI sobre suas conversas com autoridades russas no ano passado.

Flynn renunciou ao posto em fevereiro deste ano, menos de um mês depois de Trump assumir o cargo de presidente, já sob rumores de que teria mentido ao FBI em janeiro.

Na ocasião, Flynn afirmou ao FBI que não havia conversado sobre sanções com o embaixador russo dos EUA à época, Sergei Kislyak.

Segundo a imprensa americana, sua confissão registrada no final da semana passada faz com que ele seja o primeiro membro do ‘alto escalão de Trump’ a colaborar com as investigações de Robert Muller.

Robert Mueller

Encarregado de liderar a investigação ultra-sensível, Mueller é descrito como um homem austero e metódico.

Em maio deste ano ele foi nomeado procurador especial no caso sobre o possível conluio entre membros da equipe de campanha de Trump e funcionários governo russo.

Sem vínculos conhecidos com Trump, o advogado e militar reformado de 73 anos trabalhou discretamente nos últimos meses com uma equipe de uma dezena de advogados em seus escritórios no centro de Washington, não longe da Casa Branca.

Mueller atuou, entre 2001 e 2013 como chefe do FBI, até ser substítuído por James Comey, que foi demitido em maio deste ano.

James Comey

Ex-diretor do FBI, Comey foi demitido inesperadamente em maio. Na época, Trump alegou que o FBI estava em uma situação caótica. Mais tarde ele contradisse sua própria equipe reconhecendo no dia 11 de maio que despediu Comey por causa do inquérito sobre a Rússia.

Já em junho deste ano, Comey disse que Trump pediu que ele deixasse Flynn "em paz". A Casa Branca negou que a conversa tenha ocorrido como Comey descreveu.

"Espero que possa encontrar uma forma de deixar isto passar, de deixar Flynn em paz. É um homem de bem", afirma Comey, citando Trump durante reunião que ambos mantiveram em 14 de fevereiro no Salão Oval da Casa Branca.

Posteriormente, em depoimento ao Senado, Comey disse ter interpretado a conversa com Trump sobre a investigação envolvendo Flynn como uma "instrução".

"Acho que o presidente, pelo que disse, me demitiu por causa da investigação da Rússia. Algo na maneira como eu estava conduzindo a investigação estava deixando nele a sensação de pressão, algo que ele queria aliviar".

Ao justificar sua decisão sobre demitir Comey, o presidente disse que ele não conseguia "liderar efetivamente", que uma nova liderança era necessária e que seguia recomendações do procurador-geral, Jeff Sessions, e do vice-procurador-geral, Rod Rosenstein.

Sergey Kislyak

Como embaixador russo nos EUA, Kislyak participou da Convenção Nacional Republicana de 2016 em Cleveland, ocasião na qual Trump foi nomeado candidato presidencial do partido. Durante a campanha, ele conheceu vários assessores de Trump.

Após a eleição de Trump, em novembro, Kislyak falou várias vezes ao telefone com Flynn, em dezembro do ano passado. Entre os assuntos discutidos estavam as sanções implementadas pelo governo Obama contra a Rússia, em retaliação à suposta interferência do país no pleito.

Segundo o "New York Times", Flynn também discutiu com Kislyak uma votação do Conselho de Segurança da ONU - onde a Rússia tem assento permanente - com relação aos assentamentos construidos por Israel na região da Palestina. De acordo com a publicação americana, Flynn teria fetio lobby para que a Rússia votasse a favor de Israel, aliado dos EUA.

Mike Pence

Na medida em que a mídia foi divulgando novas informações sobre as conversas entre Flynn e Kislyak, Pence declarou publicamente que tinha certeza de que as sanções dos EUA contra a Rússia não haviam sido discutidas entre os dois.

Donald Trump

Depois de nomear Flynn para dirigir o Conselho Nacional de Segurança em janeiro deste ano, Trump forçou sua demissão um mês depois. Desde então, ele elogiou Flynn e fez declarações, inclusive nas redes sociais, que poderiam ser vistas como protetoras ou defensivas.

No último sábado (2), Trump deu a entender que estava ciente que Flynn havia mentido para o FBI. "Eu tive que demitir o general Flynn porque ele mentiu para o vice-presidente e para o FBI", escreveu no Twitter.

Fonte: g1.com

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