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Publicado em 29/01/2018 as 3:00pm

Polícia prende ativista que oferecia água a imigrantes na fronteira

A polícia que atua nas fronteiras dos Estados Unidos prendeu um voluntário que oferecia água...

Polícia prende ativista que oferecia água a imigrantes na fronteira Scott Warren caminha com galões de água na fronteira entre Arizona e México.

A polícia que atua nas fronteiras dos Estados Unidos prendeu um voluntário que oferecia água e alimentos para imigrantes no deserto no Arizona. Scott Daniel Warren, de 35 anos, é alvo de acusações federais por ter ajudado dois imigrantes indocumentados, que chegavam ilegalmente ao território americano. O americano, que também leciona na Universidade do Estado do Arizona, é um dos trabalhadores humanitários do grupo No More Deaths ("Sem mais mortes", na tradução ao português).

A detenção de Warren aconteceu na semana passada, quando a polícia fez uma operação de busca num prédio onde dois imigrantes haviam recebido comida, água, cama e roupas limpas. Lá estava também o ativista, que pelos três dias anteriores estava prestando auxílio aos recém-chegados. Algumas horas antes, o grupo havia publicado vídeos em que agentes de patrulha da fronteira chutam garrafas de água que haviam sido deixadas para os imigrantes no deserto, ou simplesmente as despejam no chão.

O No More Deaths não quis formalmente acusar as forças de segurança de represália, mas considerou suspeito que o ativista tenha sido preso logo após a divulgação das imagens à imprensa. Em nota ao "The Washington Post", autoridades negaram que a detenção tenha sido uma retaliação.

"Estamos protegendo as leis de imigração na área e houve uma situação em que precisamos conduzir uma detenção porque havia indivíduos ilegais", disse, por comunicado, Carlos Diaz, porta-voz para a agência dos EUA de proteção às fronteiras.

“Vemos tudo isso como uma escalada de criminalização dos trabalhadores humanitários”, disse Caitlin Deighan, ativista do mesmo grupo.

Enquanto isso, o advogado de Warren argumentou que as ações do ativista não são criminosas:

“Este é um trabalhador de ajuda humanitária tentando salvar vidas”, disse William Walker, o advogado.

O No More Deaths acredita que tenha se tornado um dos principais grupos na mira da repressão à imigração pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. Oito membros do grupo já foram alvo de acusações federais e de delitos menores nos últimos meses, incluindo Warren. Além disso, os seus membros denunciam há meses que são alvo de assédio e intimidação pelos agentes que atuam na fronteira.

As atividades do grupo consistem em ajudar os imigrantes que chegam ilegalmente aos EUA pelo México, depois de terem percorrido longas e perigosas jornadas. Uma das suas principais práticas é deixar galões de água para quem está atravessando os trechos mais difíceis da fronteira. O seu trabalho vai contra a forte retórica anti-imigração defendida desde a campanha presidencial por Trump, que promete construir um muro na fronteira para frear a chegada de ilegais e o narcotráfico.

O impasse vem num momento especialmente delicado para o debate sobre a imigração nos EUA. No fim de semana, o governo sofreu um shutdown, como é chamada a paralisação dos serviços temporariamente, por falta de consenso no Congresso para aprovar o Orçamento deste ano. Um dos temas mais espinhosos são as políticas a serem adotadas para os imigrantes. Por enquanto, o impasse foi resolvido provisoriamente até fevereiro, quando os congressistas deverão chegar a um acordo final sobre o assunto. No entanto, não está definida a conduta para as autoridades da imigração, enquanto Washington continua as fervorosas negociações.

Fonte: Gazeta Online

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