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Publicado em 23/09/2020 as 10:00pm

COVID-19: Falta de respeito às regras de proteção preocupa brasileiros em Framingham

“O Estado deveria agir mais para evitar a propagação do vírus e não apenas ficar distribuindo panfletos e cartazes em vários idiomas”, disse a vereadora Margareth Shepard

COVID-19: Falta de respeito às regras de proteção preocupa brasileiros em Framingham Padre Volmar Scaravelli, da Igreja Católica de Framingham

Uma paroquiana da igreja católica St. Tarcisius, em Framingham (Massachusetts) estava sentada em seu carro, na tarde de sábado, dia 19, esperando a chegada das equipes do Estado enviadas para a cidade por causa do alto risco para a disseminação do COVID-19.

Framingham havia anunciado a programação com a presença das equipes para o fim de semana e, de acordo com o comunicado à imprensa, os educadores deveriam estar na igreja do centro, ocupando uma mesa da qual distribuiriam folhetos informativos, desinfetante para as mãos e máscaras faciais.

Mas a programação mudou. Embora os trabalhadores tenham ido às paróquias de St. Tarcisius e St. Stephen para instalar estações de higienização para as mãos e mesas com folhetos informativos dentro dos edifícios, esse material destinava-se aos que assistiam à missa para recolherem eles próprios, em vez de trabalhadores do Estado distribuírem.

Tory Mazzola, porta-voz do Centro de Comando COVID-19 do Estado, disse através de um um comunicado por e-mail, enviado ao Daily News, que as equipes ajustaram a programação de contato pessoal para "garantir que estão maximizando sua capacidade de falar com os residentes de Framingham".

“Isso é incomum, mas pode ser devido ao clima, tráfego de pedestres e outras circunstâncias”, escreveu Mazzola. “No caso da visita programada à igreja, a equipe deixou materiais lá para as pessoas que foram”.

A paroquiana de St. Tarcisius que esperava as equipes chegarem a sua igreja, falou sob a condição de anonimato. Ela disse que queria perguntar aos funcionários do Estado o que está sendo feito para reprimir as reuniões de pessoas sem máscara em parques públicos e outros lugares em Framingham.

A mulher disse que seu marido, que fez um transplante de rim, é considerado do grupo de alto risco e ´pode adoecer gravemente se contrair o vírus. Ela acrescentou que está frustrada com a falta de uso de máscara e o distanciamento social que viu em Framingham nas últimas semanas.

Ela também ficou desapontada com a falta de aviso sobre a mudança de horário das equipes, gerando comentários feitos por outros residentes que chegaram à igreja procurando por eles.

Antes de ir para St. Tarcisius, a residente de Framingham foi a vários locais anunciados como pontos de divulgação sobre a doença e não encontrou nenhum. “É má comunicação ou má gestão administrativa”, disse ela.

No domingo, obreiros distribuíram máscaras e folhetos informativos multilíngues aos paroquianos que frequentavam as várias igrejas localizadas na Concord Street, embora o endereço onde os obreiros se instalaram não fosse o endereço publicado pela cidade na sexta-feira.

Mazzola, o porta-voz do estado, afirmou semana passada que os esforços de divulgação do estado em Framingham ainda estão começando e deverão se expandir neste mês. Durante o primeiro fim de semana das equipes na cidade, os trabalhadores passaram um total de 78 horas distribuindo 1.150 máscaras e 1.530 panfletos em vários idiomas, de acordo com ele. “Estamos há apenas alguns dias nesta campanha em Framingham e, ao longo das próximas semanas, ela se expandirá ainda mais, especialmente nas comunidades hispanas e portuguesas”, disse ele.

Pelo menos um líder da cidade não está impressionado com os esforços de divulgação até agora. A vereadora do Distrito 7, Margareth Shepard, a primeira imigrante brasileira eleita para este tipo de cargo nos Estados Unidos, criticou os esforços do estado para alcançar as comunidades de língua portuguesa e espanhola de Framingha. Durante uma reunião na Câmara de Vereadora, ela afirmou que isso é um "um desperdício de dinheiro".

Shepard, a único brasileira-estadunidense na Câmara, disse que distribuir panfletos e máscaras aos residentes fará pouco para conter os comportamentos e condições que levam a altas taxas de infecção entre os residentes de língua portuguesa.

Dados publicados pela cidade em 14 de setembro mostraram que nos 14 dias anteriores, 33% dos novos casos de coronavírus em Framingham ocorreram entre pessoas cujo idioma principal era o português, 31% entre pessoas cujo idioma principal era o espanhol e 32% entre pessoas cujo idioma principal era o inglês.

“Acredito que o estado pode fazer melhor para ajudar Framingham”, disse Shepard na reunião. “Eles podem trabalhar com os líderes comunitários, podem abordar as diferenças culturais e também as preocupações políticas”.

Ela afirmou que os esforços de divulgação devem ir além da tradução de informações amplamente disponíveis e fazer mais para resolver os problemas que sustentam as altas taxas de infecção nas comunidades de imigrantes da cidade. “Eles não estão convencidos de que realmente precisam tomar cuidado, usar uma máscara e acabar com as reuniões e festas”, disse. “É isso que está acontecendo. Existem razões culturais e políticas para isso”.

Entre essas razões, a vereadora disse que está a mensagem transmitida pelo presidente Donald Trump e, talvez mais importante, pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Ela disse que o Bolsonaro, em particular, continua a minimizar a ameaça do vírus, levando muitos residentes do Brasil a acreditar que o COVID-19 não é mortal e que, se o contraírem, se recuperarão facilmente.

“O presidente brasileiro minimiza constantemente a ameaça do vírus e, na comunidade brasileira, as pessoas assistem mais à TV brasileira do que à americana, então têm tendência a reproduzir tudo o que veem no noticiário brasileiro”, disse ela. “A mensagem do governo é que não há ameaça. É apenas um simples resfriado e você vai superar isso”.

Essa mensagem ressoou principalmente na juventude da cidade, de acordo com a vereadora, acrescentando que os materiais de divulgação do estado devem enfatizar os riscos que a COVID-19 representa para os jovens.

O Padre Volmar Scaravelli, da St. Tarcisius, que falou com Shepard sobre a importância de reiterar as precauções de segurança do coronavírus como usar máscaras e evitar reuniões com seus paroquianos, disse que a congregação tem um pequeno número de céticos em relação ao coronavírus.

Embora usem uma máscara na igreja, conforme exigido, quando vão para casa, é provável que não atendam aos apelos de Scaravelli. “No final da missa, repetimos o mesmo: Por favor, ajude-nos a cuidar de você e das outras pessoas”, disse ele. “Estamos insistindo nisso. Mas existem algumas pessoas que não acreditam em nós”.

Scaravelli disse que tentou explicar que as pessoas precisam ter fé nos especialistas que estão dizendo ao público como evitar contrair o vírus e transmite a mensagem a outras pessoas. “Quem fala em medicina? O médico. Quem fala da escola? A professora. Quem fala da religião católica? O Papa. Portanto, você respeita aqueles que fazem seu trabalho ”, disse Scaravelli. “Mas as pessoas dizem: ‘ Não. Quem é ele para me recomendar isso?’ Eles veem notícias falsas e as espalham. Tem gente que não acredita na ciência. Eles acreditam que o mundo é plano”, acrescentou.

Lene Castro, que mediu a temperatura dos paroquianos na St. Tarcisius quando eles chegaram para a missa de domingo, disse acreditar que uma visita do departamento de saúde à igreja poderia ajudar. “Eles poderiam dar uma palestra”, disse ela, uma residente de Framingham. “É educação. Tentar todas as possibilidades e oportunidades diferentes para ter certeza de que as pessoas entendam que não é apenas o padre dizendo isso, que ele está fazendo isso pela saúde e segurança de todos e ele é apoiado por essas pessoas com conhecimento científico que são do governo”.

Shepard disse que a Cidade e o Estado também deveriam trabalhar mais para oferecer ajuda direta aos moradores que contraíram o vírus. Para alguns, o medo de perder um salário em uma economia tensa - 14% da força de trabalho da cidade estava desempregada em julho - é mais real do que o medo do vírus. Ela descreveu um vídeo que viu nas redes sociais há alguns meses, publicado por um trabalhador da construção civil.
No vídeo ele disse: “Sim eu sou positivo, sim eu tenho o vírus, e sim vou trabalhar, porque vocês que estão me ouvindo, vocês não vieram pagar o meu aluguel, vocês não me ofereceram qualquer ajuda. Como você espera que eu sobreviva?”.

(com informações do MetroWest Daily News)

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Fonte: Redação - Brazilian Times.

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