Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 23/12/2020 as 6:30pm

Brasileira forçada à escravidão doméstica e ao casamento forçado é libertada após 40

Cerca de 53 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão no Brasil desde 1995, de acordo com um meio de comunicação, The Brazilian Report

Brasileira forçada à escravidão doméstica e ao casamento forçado é libertada após 40 Entre os 3.513 trabalhadores resgatados no Brasil entre 2017 e 2019, apenas 21 foram encontrados em servidão doméstica

Uma brasileira que foi escravizada desde os 8 anos de idade em uma residência durante 40 anos e forçada a se casar com um membro idoso da família foi finalmente resgatada depois que os vizinhos avisaram as autoridades locais, no interior de Minas Gerais .

“Eles lhe deram comida quando ela estava com fome, mas todos os outros direitos foram tirados dela”, relatou Humberto Camasmie, o inspetor responsável pelo resgate, à agência de notícias Reuters.

Os pais da vítima a haviam entregado a um professor da Universidade Patos de Minas (Unipam), quando ela tinha cerca de 8 anos de idade, disse o fiscal do trabalho. Ela morava em um quartinho de um apartamento em Patos de Minas, no sudeste de Minas Gerais, na época do resgate.

A mulher, agora com 46 anos, trabalhou para a família a maior parte da vida sem qualquer tipo de remuneração ou licença. A repressão à escravidão doméstica é difícil no Brasil porque os inspetores do trabalho são obrigados a obter um mandado de um juiz para entrar em uma casa suspeita de escravizar uma pessoa. Para obter permissão, os funcionários devem apresentar provas da vítima de que estão sendo exploradas.

Nesse caso, os funcionários foram avisados por vizinhos que receberam um bilhete da mulher solicitando que comprassem alimentos e produtos de higiene para ela, pois ela não tinha dinheiro. As autoridades também disseram que a mulher foi forçada a se casar com um membro idoso da família para que continuassem a receber sua pensão após sua morte.
A mulher encontra-se atualmente em um abrigo onde é assistida por psicólogos e assistentes sociais. Os funcionários também estão tentando reuni-la com sua família biológica.

Camasmie relatou ainda que a mulher agora recebe a pensão mensal de cerca de R$ 8 mil (US$ 1.560).

Enquanto isso, o professor foi suspenso pela Unipam e as autoridades estão tomando todas as medidas legais, disse um porta-voz à Reuters. Os promotores estão tentando chegar a um acordo com a família para garantir uma indenização para a vítima. Se forem considerados culpados no tribunal, os acusados podem enfrentar a pena de prisão de 8 anos.
Um advogado de defesa do réu disse que a família havia sido acusada como culpada antes do caso ir para o tribunal. 

Embora a escravidão tenha sido abolida há cerca de 130 anos no Brasil, a escravidão moderna assumiu várias formas no país, sendo a maioria encontrada em pessoas que trabalham como empregadas domésticas em fazendas e fábricas têxteis. Cerca de 53 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão no país desde 1995, de acordo com um meio de comunicação, The Brazilian Report.

Entre os 3.513 trabalhadores resgatados no Brasil entre 2017 e 2019, apenas 21 foram encontrados em servidão doméstica, segundo a Reuters. “É muito raro receber denúncias (sobre servidão doméstica), pois a maioria (das vítimas) nunca percebe que está sendo abusada”, disse a promotora do trabalho Ana Lúcia Stumpf Gonzalez.

Embora as trabalhadoras domésticas no Brasil tenham ganhado direitos ao longo dos anos, à medida que o Brasil ratificou a convenção da Organização Internacional do Trabalho sobre trabalhadores domésticos em 2018, grupos de direitos humanos acreditam que a pandemia de coronavírus fará com que mais trabalhadores domésticos fiquem presos a seus empregadores abusivos.

Fonte: Da redação

Top News