Publicado em 2/03/2015 as 12:00am
Obama promete proteger indocumentados
Obama promete vetar qualquer tentativa dos congressistas republicanos no sentido de bloquear seus planos na Imigração
“Eu tenho a confiança de que sua mãe qualificaria para as ações executivas que assinei”, disse o presidente ao veterano de guerra, Eric Naravayas.
“Tem de haver algum tipo de refúgio para uma situação como essa porque eu investi muito tempo e amor neste país”, respondeu o jovem soldado.
A ativista migratória Erica Andiola, cuja mãe pode ser deportada, perguntou: “O que acontecerá com a minha família? Devido ao fato de que a reforma migratória não irá acontecer tão cedo e sabemos que isso se deve à política no Congresso. O que acontecerá enquanto isso, com a minha mãe e minha família, se agentes de imigração vierem à minha casa novamente?”
Obama respondeu que, “nós ainda nos certificaremos que a sua mãe não seja priorizada para o cumprimento da lei (deportação). Ela deve se sentir segura disso. Eu quero que ela se sinta segura durante esse período curto. Ao longo prazo, nós precisamos de uma rota rumo à cidadania”.
O presidente assinou ordens executivas que afastam o risco de deportação de aproximadamente 5 milhões de indocumentados, após não conseguir que um projeto de lei sobre o tema avançasse no Congresso, de maioria republicana.
Durante a reunião, Obama culpou abertamente os republicanos por bloquearem uma reforma migratória e encorajou os presentes a pensarem sobre o assunto nas eleições presidenciais de 2016. O presidente disse à audiência que vetaria qualquer tentativa dos congressistas republicanos de bloquear seus planos, assinados em novembro. Os decretos de Obama concedem a permissão de trabalho e afastam o risco da deportação de aproximadamente 4.7 milhões de indocumentados que são pais de cidadãos norte-americanos e residentes legais ou foram trazidos aos EUA ainda na infância.
“Eles podem até conquistar aquele voto. Eu vetarei aquele voto”, disse Obama.
Os congressistas republicanos alegam que o presidente abusou de seu poder executivo, mas ele rebateu que a falha do Congresso em atualizar as leis ultrapassadas de imigração o deixou sem escolha, a não ser agir. Entretanto, Obama frisou que suas ações são somente temporárias e disse à audiência que dependia dela pressionar os republicanos a aprovarem uma proposta que atualize as antigas leis migratórias.
“Se eles sentirem pressão suficiente, isso pode fazer a diferença”, frisou Obama. “Quando eles começarem a pedir votos, a primeira pergunta deveria ser: ‘Você realmente planeja deportar 11 milhões de pessoas?”
O presidente reconheceu que o antigo governador da Flórida, Jeb Bush, que visa concorrer à nomeação presidencial em 2016, apoia a reforma migratória. Entretanto, Obama disse desejar que Bush conservasse com o porta-voz da Câmara dos Deputados, John Boehner, para ajudar a encaminhar as coisas.
“Eu dei aos republicanos um ano e meio, um ano e meio, para simplesmente pôr a proposta em votação. Nós tínhamos os votos (suficientes). Eles não fizeram isso”, disse Obama.
Ainda na quarta-feira (25), o presidente disse estar confiante que a sua administração vencerá no final a batalha legal que permite prosseguir com as suas ordens executivas na imigração, entretanto, frisou que a luta durará pelo menos dois meses.
“Nós esperamos vencer”, comentou, prometendo a audiência que a sua administração continuaria a lutar pela causa, mesmo se a apelação falhar.
Fonte: BV