Publicado em 20/04/2015 as 12:00am
Sofia começa a se alimentar após transplante nos EUA
Solução foi aplicada por cateter e mãe fala em avanço. Menina se recupera do transplante de cinco órgãos do aparelho digestivo.
Na postagem, a mãe afirma que a fórmula parece leite. "Hoje a nossa bonequinha começou pela primeira vez a se alimentar. É uma fórmula (vivonex pedi), como se fosse um leitinho, está sendo introduzido pelo seu GJ. Tube, 3 mL / hr. Ainda não é pela boquinha, mais já é um grande progresso para quem nunca tinha se alimentado. Ela continua evoluindo bem no seu pós-operatório e tem passado por vários exames todos os dias", diz Patrícia.
Sofia nasceu com Síndrome de Berdon, uma doença rara que causa a má formação de vários órgãos do sistema digestivo. Ela sequer conheceu a casa dos pais, em Votorantim (SP), já que sempre ficou hospitalizada. A menina chegou a ser submetida a três procedimentos cirúrgicos no Brasil, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não poderia ser realizado no país. A transferência para os EUA só aconteceu por determinação da Justiça, que ordenou que a cirurgia, estimada em R$ 2 milhões, fosse paga pelo governo brasileiro.
Segundo a agencia Globo, no transplante Sofia recebeu estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado e cólon. Não foi preciso trocar um dos rins, como foi anunciado pelos especialistas do hospital. Os orgãos foram doados de um bebê do estado da Flórida, segundo a mãe.
De acordo com o médico responsável pela cirurgia, Rodrigo Vianna, a expectativa é que a menina seja transferida da UTI para o quarto em breve. "Estamos dentro do período de 15 dias onde há risco maior de rejeição e complicação cirúrgica. 50% do caminho nós conseguimos andar, agora falta os outros 50 %, que é a recuperação."
"Cirurgia no momento certo"
De acordo com
Vianna, a cirurgia de Sofia foi feita no momento certo, já que ela
estava com um quadro avançado de cirrose, uma falência do fígado.
"Por conta do problema no órgão, ela tinha pouca coagulação
no sangue e muita aderência entre os órgãos. A doença poderia
complicar muito mais o seu estado nos próximos meses, mas tudo
colaborou para que a sofia conseguisse viver. Eu a considero uma
menina abençoada. É uma história muito bonita dela e da família.
Me sinto previlegiado por ter ajudado nisso."
O especialista afirma ainda que a expectativa de pacientes que passam pela cirurgia após um ano é de mais de 80%. Depois de cinco anos, esse número baixa para 80%. "Após isso, o quadro fica muito estável, mas temos pacientes que passaram por esse tipo de transplante e hoje estão com 20 anos de idade. O futuro deles é imprevisível, mas a chance de viver já os tornam vencedores", explica.
Fonte: Da Redação