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Homem forja carta com ameaça de deportação como arma contra testemunha em caso criminal

Um caso surpreendente envolvendo falsificação, manipulação do sistema de imigração e tentativa de obstrução de justiça veio à tona nesta segunda-feira (3), após o Departamento de Justiça do Wisconsin apresentar acusações contra Demetric D. Scott, um réu em prisão preventiva que tentou usar a deportação como arma contra uma testemunha-chave.

Da redação

Um caso surpreendente envolvendo falsificação, manipulação do sistema de imigração e tentativa de obstrução de justiça veio à tona nesta segunda-feira (3), após o Departamento de Justiça do Wisconsin apresentar acusações contra Demetric D. Scott, um réu em prisão preventiva que tentou usar a deportação como arma contra uma testemunha-chave.

Segundo o Ministério Público, Scott teria falsificado uma carta com ameaças de morte ao presidente Donald Trump, assinando-a com o nome e endereço de Ramón Morales Reyes, de 54 anos, um imigrante em situação irregular que figura como testemunha no processo criminal contra Scott por roubo à mão armada e agressão agravada.

A carta, enviada a autoridades estaduais e federais, levou à prisão de Morales Reyes no dia 21 de maio, enquanto ele deixava o filho na escola, em Milwaukee. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, chegou a anunciar a prisão publicamente, divulgando inclusive a imagem da carta e uma foto do acusado. A mensagem, escrita em inglês, dizia que Morales Reyes queria “se autodeportar para o México”.

No entanto, o plano começou a ruir após investigadores ouvirem Morales Reyes — que não fala inglês fluentemente — e analisarem uma amostra de sua caligrafia, que não correspondia à carta enviada. Posteriormente, Scott admitiu a autoria da carta em ligações telefônicas feitas da prisão, nas quais também detalhou o plano para fazer com que Morales Reyes fosse preso pelo ICE, na tentativa de anular seu julgamento.

Scott foi formalmente acusado de intimidação de testemunha, roubo de identidade e duas violações de liberdade condicional. Seu julgamento está previsto para julho. Até o momento, seu advogado, Robert Hampton III, não se pronunciou publicamente.

Morales Reyes, que trabalha como lavador de pratos e vive com a esposa e três filhos — todos cidadãos americanos — em Milwaukee, aguarda uma decisão de imigração. Ele recentemente havia solicitado o visto U, concedido a vítimas de crimes que colaboram com as autoridades, mas o processo está sobrecarregado e pode levar anos.

Sua advogada de imigração, Cain Oulahan, afirmou que a prioridade agora é garantir a liberação de Morales Reyes da detenção do ICE. “Vamos buscar alternativas para garantir que ele permaneça nos EUA com sua família. Ele nunca deveria ter sido preso”, declarou.

O caso levanta preocupações sobre o uso político e estratégico de mecanismos de imigração, especialmente em um momento em que as ações do ICE se intensificam sob a nova diretriz do governo Trump. A história também lança luz sobre as dificuldades enfrentadas por imigrantes em processos criminais — mesmo quando são vítimas ou testemunhas — diante de um sistema que pode ser explorado por criminosos com objetivos pessoais.

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