Robert Jenrick, ex-ministro da Imigração, sugere a divulgação de dados sobre crimes cometidos por migrantes

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O Sr. Jenrick propôs uma emenda ao Projeto de Lei de Justiça Criminal do governo, argumentando que os dados seriam essenciais para embasar políticas relacionadas à deportação e vistos.

"É crucial aplicarmos um escrutínio mais rigoroso às nacionalidades consideradas de maior risco", enfatizou.

Rishi Sunak tem enfrentado pressão para reduzir os números de migração líquida.

Estimativas revisadas divulgadas em novembro indicaram que a migração líquida - a diferença entre o número de entradas e saídas de pessoas na Grã-Bretanha - atingiu um recorde de 745.000 em 2022.

O Sr. Jenrick renunciou ao cargo de ministro da Imigração em dezembro, em protesto contra o plano do primeiro-ministro de deportação para Ruanda.

Sua emenda, inicialmente divulgada pelo Daily Telegraph, implicaria na apresentação anual de um relatório ao Parlamento, consolidando informações sobre nacionalidade, visto e status de asilo de cada condenado em tribunais ingleses e galeses nos últimos 12 meses.

A proposta do Sr. Jenrick recebeu apoio de 25 deputados, incluindo Sir Jacob Rees-Mogg e Sir Robert Buckland.

Se a emenda for submetida, será uma das várias apresentadas para o Projeto de Lei de Justiça Criminal.

A emenda precisaria ser selecionada para votação por toda a Câmara dos Comuns, à medida que o projeto de lei avança no Parlamento, e então se tornaria parte da política governamental se fosse apoiada por maioria dos deputados.

Uma fonte do governo disse à BBC: "Vamos considerar a emenda e dialogar com colegas da maneira usual".

O Sr. Jenrick afirmou ao programa Today da BBC Radio 4 que, enquanto ministro da Imigração, encontrou "evidências crescentes de que estávamos importando crime".

Ele explicou: "No campo da produção de drogas, a Agência Nacional de Crimes foi muito clara de que uma parte significativa do comércio de drogas do Reino Unido está sendo alimentada pela produção de drogas albanesa".

Ele acrescentou que isso o levou a investir "muito tempo tentando impedir isso".

O Sr. Jenrick disse que a nacionalidade já era levada em consideração ao avaliar os pedidos de visto como parte de uma estratégia "baseada em risco".

"O que estou propondo é que esses dados sobre crime desempenhem um papel nisso. Procuramos aplicar um nível mais rigoroso de escrutínio às nacionalidades consideradas de maior risco", afirmou.

O Conselho de Refugiados disse à BBC que as regras de asilo do Reino Unido já eram "muito rígidas" e que "criminosos graves não são autorizados a permanecer" no país.

Seu CEO, Enver Solomon, declarou: "A ideia de que muitas pessoas que buscam asilo são criminosos perigosos não é verdadeira".

O Observatório da Migração na Universidade de Oxford afirmou que os dados oficiais sobre crimes cometidos por estrangeiros são "muito limitados".

A diretora do observatório, Dra. Madeleine Sumption, sugeriu que os números disponíveis indicam que não há "muita diferença" entre os crimes cometidos por nacionais do Reino Unido e estrangeiros, mas que a divulgação mais frequente de dados "ajudaria a entender os impactos da migração sobre o crime com mais detalhes".

Embora os detalhes das nacionalidades das pessoas que cometem crimes não sejam sistematicamente coletados, o Ministério do Interior rotineiramente divulga informações sobre as nacionalidades daqueles criminosos que acabam cumprindo uma sentença de prisão.

No final de junho de 2023, havia 10.321 estrangeiros na prisão na Inglaterra e no País de Gales, de um total de população carcerária de 85.851.

Mais da metade dos prisioneiros estrangeiros eram europeus. As nacionalidades mais comuns eram albanesa, polonesa, romena, irlandesa e jamaicana.

Denmark e alguns estados dos EUA aplicam uma abordagem semelhante, disse ele.

O Sr. Jenrick disse que na Dinamarca "algumas nacionalidades são, na verdade, mais cumpridoras da lei do que os cidadãos dinamarqueses, mas muitas não são e algumas são muito proeminentes causadoras de, no exemplo dinamarquês, crimes violentos".

Ter dados permitiria ao governo "interrogar" as estatísticas sobre crime e tomar decisões políticas, disse ele.

"O público deve estar ciente do trade-off da migração", disse ele. "Existe uma ortodoxia predominante de que é um bem inquestionável. Eu não acho que isso sempre seja o caso."

Criminosos condenados já estão sujeitos a restrições de visto. As diretrizes do governo do Reino Unido afirmam que qualquer estrangeiro que tenha sido condenado por um crime no Reino Unido ou no exterior e recebido uma sentença de prisão de 12 meses ou mais seria "normalmente" recusado um visto para entrar no Reino Unido.

O Sr. Jenrick mais tarde disse à BBC: "Não podemos esperar resolver nosso sistema de imigração sem entender o problema."

Ele acrescentou: "Há uma crescente preocupação de que o Reino Unido esteja importando crime, especialmente crimes violentos, agressões sexuais e produção de drogas. Precisamos de transparência para que o público saiba o que está acontecendo e a política possa ser formulada de acordo.

"Um sistema de imigração aberto está criando sérios problemas nas comunidades, mas sem dados não podemos ter um debate informado."

 

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Fonte: BBC