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Publicado em 19/04/2023 as 3:00pm

Educação infantil também é um problema para empregadores. E agora mais companhias buscam por soluções

Foi “um trabalho que nunca imaginei que uma dia precisaria fazer.”


Algumas empresas já veem a questão de assistência infantil como um problema trabalhista. (Robin Lubbock-WBUR)

Durante quase um ano após a pandemia, a fundadora e CEO da Maven Construction, em Dorchester, se viu a cargo de um título extra – e não oficial. “Coordenadora chefe de assistência pré-escolar”, relembra JocCole [JC] Burton. Foi “um trabalho que nunca imaginei que uma dia precisaria fazer.”

Mas Burton logo teve que começar a pensar sobre a situação dos filhos de seus funcionários para que mantivesse seu negócio aberto. Ela ainda precisava cuidar de sua própria filha, então de 8 anos, quando a escola que frequentava fechou; e mesmo depois quando suas aulas se tornaram remotas. E muitos outros funcionários também enfrentaram o mesmo problema com seus filhos. Neste caso, muitos pais passaram a levar suas crianças ao trabalho, revezando turnos para vigiá-las.

“Tivemos que nos transformar em uma pequena creche temporária”, diz Burton. “Começamos a reservar espaços dentro de alguns escritórios que utilizávamos só para as crianças.”

Escolas e Jardins de Infância eventualmente reabriram; contudo, para pais com crianças abaixo de 5 anos, vagas em creches ainda são um problema persistente.

Muitos empregadores vêm enfrentando interrupções relacionadas à pandemia e à escassez de mão-de-obra, e cada vez mais empresas começam a tratar a educação pré-escolar como uma questão também trabalhista, explica Tom Weber, coordenador da Business Coalition for Early Childhood Education de Massachusetts.

Crianças aprendem a plantar feijões durante a aula na creche Ellis Early Learning, Boston - Robin Lubbock-WBUR

Weber comenta que presenciou uma grande mudança na comunidade empresarial recente. No último ano, [o coordenador] ajudou a lançar um grupo com mais de 80 líderes do mercado sob a esperança de avançar melhorias no sistema educacional infantil do estado.

“Não acho que as empresas vejam esta questão [educação pré-escolar] como parte de sua responsabilidade, mas sim a partir de um interesse esclarecido”, diz Weber, “pois empregadores precisam desesperadamente de trabalhadores.”

Lori Meads, uma das participantes da coalizão, é também a CEO da Seman’s Bank, Cape Cod. A empresa mantém parcerias com creches locais e banca 65% da mensalidade dos filhos de seus funcionários. Meads comenta que o financiamento deste benefício – que vem ocorrendo desde muito antes da pandemia – fez com que o banco se tornasse uma companhia ainda mais competitiva.

“Conseguimos manter muitos de nossos funcionários a partir desta política,” enfatiza Meads. “Dado o custo que gastaríamos com tempo e recursos para treinar alguém, termina sendo muito mais benéfico ajudá-los deste outro modo, podendo assim mantê-los na força de trabalho”.

“Não acho que as empresas vejam esta questão [educação pré-escolar] como parte de sua responsabilidade, mas sim a partir de um interesse esclarecido, pois empregadores precisam desesperadamente de trabalhadores”, TOM WEBER

Quando seus funcionários enfrentaram dificuldades para encontrar creches durante a pandemia, Burton tomou a responsabilidade de ligar aos centros de educação infantil para ajudá-los. Conforme vagas abriam perto do local de trabalho, ela imediatamente pagava os depósitos para garanti-las.

“Donos de negócios que sejam conscientes sobre seu redor sabem que agora isso também é uma questão com a qual eles precisam lidar”, comenta Burton.

Burton negociou com seus provedores os turnos das primeiras horas da manhã, uma necessidade dentro do ramo de construção. E ela planeja continuar com estas políticas. Na verdade, ela pretende levar a problemática das creches como uma pauta da empresa dentro de novos projetos que venha a seguir. Isso significa, sobretudo, ter a responsabilidade de indentificar instituições próximas aos locais de trabalho e garantir vagas aos filhos de seus funcionários.

“Certamente estamos pensando sobre isso agora como parte do projeto”, diz Burton. “Não teríamos cogitado nada a respeito antes.”

Sarah Berkley, gerente da empresa de consultoria de benefícios NFP, explica que cada vez mais empresas vêm aderindo a políticas de auxílio para educação pré-escolar. Uma oferta comum são 10 dias de assistência subsidiada, o que permite que pais deixem seus filhos em centros próximos ou ainda banquem um cuidador infantil pelo dia.

Berkeley mesma usufruiu deste benefício quando a babá de seu filho de 2 anos ficou doente.

“É ótimo”, ela comenta. “Certamente nos salva muito.”

Bright Horizons, companhia sediada em Newton e com creches ao redor do mundo, comenta que verificou um aumento de 28% no número de empresas americanas que aderiram a benefícios de emergência aos filhos de funcionários desde o começo da pandemia.

Ainda assim, é incomum que empregadores americanos financiem uma parte significativa dos custos de creches.

Lamia Ellithui trabalha como governanta num Hotel de Boston há quase três anos. Seu salário é de $26 dólares/hora, não detém de assistências infantis; e tem enfrentado dificuldades para custear creches em tempo integral para suas duas crianças pequenas.

“Cheguei a pensar em sair do meu emprego, não tenho outra alternativa”, ela comenta. “Por outro lado, se eu sair, não conseguirei pagar nossas contas.”

Quando funcionários largam seu emprego ou mesmo diminuem a carga horária, as consequências econômicas são diretas não somente às suas famílias, mas também aos empregadores – que agora precisam contratar e treinar novos trabalhadores. Weber acredita haver um crescimento de interesse da indústria para sanar este problema. Mas o que as companhias não querem arcar sozinhas, ele comenta, é com o custo massivo das pré-escolas.

Sarah Berkley e seu filho, Cole. Ela se diz grata às assistências infantis oferecidas pela sua companhia. (Robin Lubbock-WBUR)

E é por isso que a coalizão tem pressionado por uma legislação estatal que pudesse abrir espaço a maiores investimentos de longo prazo em creches e instituições infantis.

“Acredito que o melhor a ser feito é através de uma parceria público-privado,” diz Weber. “Certamente nada será possível se continuarmos a colocar todo o peso nos ombros das famílias”.

A fundação Taxpayers de Massachusetts estima que a assistência inadequada aos filhos dos trabalhadores custe às empresas do estado mais de $800 milhões de dólares por ano.

O grupo também estimou que os trabalhadores do estado, especialmente mulheres, somem mais de $1.7bi de dólares por ano em perdas de salário. Isto é parte do porquê JC Burton resolveu incorporar benefícios de assistência infantil em seu negócio. Ademais, mulheres representam apenas 11% da força de trabalho em indústrias de construção – e ela deseja que estes números aumentem.

“Se quisermos uma força de trabalho igualitária, onde mulheres e negros estejam envolvidos, precisamos então pensar sobre o acesso de crianças às pré-escolas”, explica a proprietária.

O futuro de sua própria empresa, diz Burton, depende de pais trabalhadores.

Foster, o cachorro da família, se aproxima de Sarah Berkley e Cole enquanto tomam café-da-manhã antes de Berkley sair para o trabalho. (Robin Lubbock-WBUR)


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Fonte: Por Yasmin Amer / Traduzido do Inglês por Pedro Lino.

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