Um dia após a detenção de uma imigrante por agentes do Departamento e Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês) e a imobilização violenta de sua filha adolescente pela polícia de Worcester, familiares decidiram quebrar o silêncio e relatar o trauma vivido.
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Família brasileira quebra o silencia e denuncia ação violenta de agentes do ICE e da polícia de Worcester

Um dia após a detenção de uma imigrante por agentes do Departamento e Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês) e a imobilização violenta de sua filha adolescente pela polícia de Worcester, familiares decidiram quebrar o silêncio e relatar o trauma vivido.
Augusta Clara, de 21 anos, irmã da adolescente de 16 anos que aparece sendo pressionada com o rosto contra o chão em um vídeo que circula nas redes sociais, falou ao canal Telemundo Nueva Inglaterra nesta sexta-feira (10).
Augusta é a mulher que aparece nas imagens segurando seu bebê recém-nascido. “Estou muito traumatizada com tudo o que aconteceu ontem”, disse. Segundo ela, suas duas irmãs menores — de 16 e 13 anos — foram levadas sob custódia do Departamento de Crianças e Famílias de Massachusetts (DCF).
A jovem conta que o episódio ficou fora de controle quando tentou ir ao banheiro para trocar o bebê, e os agentes federais teriam resistido à movimentação, iniciando uma série de ações que resultaram na prisão da mãe pelas autoridades de imigração e da irmã adolescente pela polícia local.
“Minha irmã não merecia ser tratada daquele jeito”, lamentou Clara, visivelmente abalada. Para ela, a ação desproporcional das autoridades destruiu a estrutura familiar. O drama se agravou porque, um dia antes da operação, o pai de sua filha recém-nascida também foi preso por agentes do ICE.
O advogado da família, Andrés Latarulo, afirmou que a mãe está atualmente em processo de solicitação de asilo nos Estados Unidos, e suas três filhas vivem no país sob um programa de ação diferida — um status temporário que as protege da deportação.
“Ela não cometeu nenhum crime, não possui ordem de deportação. Não há justificativa para que a imigração detenha essa mãe”, declarou Latarulo.
O caso gerou indignação na comunidade local e reforçou os protestos que vêm ocorrendo em Worcester contra a atuação de agentes federais de imigração e o envolvimento das autoridades locais em operações que afetam famílias inteiras de imigrantes. Ativistas pedem explicações do governo e respeito ao devido processo legal.
Uma nova manifestação está prevista para ocorrer durante a próxima reunião da Câmara Municipal, marcada para terça-feira, em Worcester. A expectativa é de que a comunidade pressione os líderes locais por respostas e medidas que protejam os direitos civis de imigrantes na cidade.
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