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Revista # 73

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Grupos de direitos civis protestam contra projetos de lei anti-imigrantes na Carolina do Norte

Cerca de 100 pessoas se reuniram no dia 21 em frente à Assembleia Geral da Carolina do Norte para protestar contra quatro projetos de lei que, segundo defensores dos direitos civis, atacam diretamente a comunidade de imigrantes indocumentados no estado.

Cerca de 100 pessoas se reuniram no dia 21 em frente à Assembleia Geral da Carolina do Norte para protestar contra quatro projetos de lei que, segundo defensores dos direitos civis, atacam diretamente a comunidade de imigrantes indocumentados no estado. A manifestação fez parte do Immigrant Rights Advocacy Day e contou com a participação de organizações como a ACLU da Carolina do Norte, Education Justice Alliance, Carolina Migrant Network, Muslim Women For e El Pueblo.

Os manifestantes denunciaram o que chamaram de uma agenda legislativa anti-imigrante, criticando duramente os projetos em tramitação. Após os discursos em frente ao prédio legislativo, os participantes se dividiram em grupos para conversar com parlamentares, entregar materiais informativos em seus gabinetes e seguiram em marcha até a Mansão do Governador, onde entregaram uma petição pedindo o veto às propostas.

As quatro propostas de lei visam endurecer as medidas contra imigrantes indocumentados. A House Bill 318 exige que delegados colaborem com o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas); a Senate Bill 153 impõe a mesma exigência para as forças policiais estaduais; a House Bill 261 agrava a penalização de réus com antecedentes ligados à imigração; e a House Bill 690 obriga agências estatais e universidades a verificarem o status migratório de quem solicita benefícios.

Fernando Martinez, da Education Justice Alliance, criticou os legisladores por, segundo ele, tratarem famílias como peões políticos. “Estamos sendo pintados como criminosos, como se estivéssemos invadindo este país. Mas somos vizinhos, colegas, estudantes. Fazemos parte desta comunidade”, afirmou. “Construímos este estado – literalmente.”

A coordenadora da Carolina Migrant Network, America Juarez, alertou para o aumento do medo entre as famílias de Charlotte. Segundo ela, desde 12 de maio, agentes do ICE em veículos não identificados têm detido trabalhadores em seus empregos e até crianças nas escolas. “Recebemos mais de 133 pedidos de ajuda em apenas uma semana. Esses projetos de lei só vão piorar esse cenário.”

Juarez questionou o silêncio de autoridades locais: “Quando agentes federais agem como civis para sequestrar membros da nossa comunidade, isso não nos torna mais seguros. Torna a todos nós mais vulneráveis.”

Nora Khalifa, da Muslim Women For, destacou o impacto emocional da repressão migratória. Ela relatou que muitos membros de sua comunidade deixaram de frequentar locais de oração ou evitam espaços públicos com medo de serem presos. “Essas táticas de intimidação estão nos afastando da nossa própria fé e vida em sociedade.”

Encerrando o ato, Maria Fernanda Ortiz, da organização El Pueblo, disse que ora todos os dias pela segurança de sua família diante das crescentes detenções de imigrantes. Ela citou a aprovação, no ano passado, da House Bill 10 — que obrigava os xerifes a acatarem ordens do ICE — como exemplo do avanço dessa política repressiva. “Como podemos buscar a felicidade se nossa paz está constantemente ameaçada?”, questionou. “Estamos organizados, estamos atentos, e não vamos desaparecer.”

Os protestos mostram a crescente mobilização de grupos civis contra medidas legislativas que consideram discriminatórias e prejudiciais à segurança e dignidade de milhares de imigrantes que vivem e trabalham na Carolina do Norte.

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