Manifestação em Portland (Maine) vai denunciar prisão de brasileiros e ações do ICE

Na manhã desta sexta-feira, dia 30, manifestantes vão se reunir em frente à Prefeitura de Portland, no Maine, para protestar contra a prisão de dois brasileiros e contra as recentes ações do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) na região. O protesto ocorrerá em frente ao prédio localizado no número 389 da Congress Street, e contará com a presença de membros da comunidade, ativistas e lideranças locais, com uma ampla cobertura da mídia.

Um dos principais objetivos do protesto é pressionar as autoridades para que os brasileiros detidos permaneçam no estado do Maine. Segundo os organizadores, há uma prática recorrente de transferência de imigrantes presos para outros estados com políticas imigratórias mais rígidas, onde os juízes tendem a desconsiderar aspectos como o histórico de trabalho, vínculos familiares e a contribuição social dos detidos.

Marcos Aurélio, um dos organizadores da manifestação, conversou com a redação do Brazilian Times e alertou para a gravidade da situação. “A nossa região não dispõe de centros apropriados para manter detidos que não cometeram crimes. Esses brasileiros estão sendo mantidos em cadeias comuns, misturados com assassinos e ladrões, o que é inaceitável para quem não tem histórico criminal”, afirmou.

Marcos também denunciou práticas discriminatórias adotadas pelo ICE durante as operações. “Eles sabem que muitos imigrantes usam vans para ir ao trabalho, então começaram a parar veículos que se encaixam nessa descrição. Isso é claramente um perfilamento racial e uma forma velada de racismo”, alertou.

A manifestação é aberta a todos os que desejarem apoiar a causa e defender os direitos dos imigrantes na região. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato pelo telefone 1 (954) 861-7268.

Os organizadores reforçam a importância da participação da comunidade brasileira e de outros grupos de imigrantes. “É um momento crucial para mostrarmos solidariedade e resistência diante de políticas injustas que continuam afetando famílias inteiras que vivem, trabalham e contribuem para este país”, concluiu Marcos.